O real é uma moeda de um país emergente, o que significa que é mais suscetível a flutuações e crises econômicas. Ao longo das últimas décadas, o Brasil passou por períodos de desvalorização significativa da moeda, impactando diretamente o poder de compra dos brasileiros e, consequentemente, o valor de seus investimentos.
Para ilustrar: imagine que todo o seu patrimônio está atrelado ao real e que uma crise leva a uma desvalorização de 20% frente ao dólar. De uma hora para outra, seu patrimônio perde valor em relação a ativos internacionais e bens que se valorizam em dólar, como imóveis, produtos importados ou investimentos no exterior. Esse impacto pode ser sentido principalmente em investimentos de longo prazo, quando períodos de oscilação cambial podem significar grandes perdas de valor.
Ter parte dos seus investimentos em moedas fortes, como o dólar ou o euro, é uma maneira de proteger o patrimônio contra essa volatilidade. Essa proteção cambial funciona como um seguro: em momentos de valorização do dólar, por exemplo, a parte da sua carteira investida em ativos atrelados à moeda americana cresce e compensa a desvalorização dos ativos em real.
Um exemplo prático são os fundos cambiais ou os ETFs internacionais. Esses ativos permitem que o investidor mantenha parte do seu patrimônio em moedas estrangeiras, reduzindo a dependência do real e protegendo seu poder de compra. Outra alternativa é investir diretamente em empresas estrangeiras ou em fundos de ações internacionais, acessíveis via corretoras brasileiras ou diretamente por corretoras internacionais.
A diversificação em moeda torna-se essencial principalmente para quem busca construir patrimônio a longo prazo. Em um mundo globalizado, as crises e flutuações de uma economia emergente, como a brasileira, podem impactar rapidamente o valor de seus investimentos.
Além disso, ter uma exposição ao dólar ou a moedas de países desenvolvidos oferece a possibilidade de acessar mercados e setores que não estão diretamente disponíveis no Brasil, como empresas de tecnologia e inovação. Esse tipo de diversificação permite que o investidor tenha um equilíbrio entre os retornos locais e os benefícios da economia global.
postar todo o patrimônio em uma única moeda é uma estratégia arriscada, especialmente se essa moeda está em um país com histórico de volatilidade econômica. Ter uma parte do seu portfólio em moedas fortes é uma forma de garantir estabilidade, proteger o poder de compra e explorar oportunidades de crescimento em outros países. Afinal, pensar globalmente quando o assunto é investimento não é só uma questão de retorno, mas também de segurança e prudência.